sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Little big day...


Voce sabe porque eu estou com essa cara de idiota? No Brasil, paguei 30reais pra comprar essas películas ai na minha mao. São pro meu Nintendo DS. Aqui, nos primeiros cinco minutos perto da Tokyo Game Show ganhei três! hauHau... imagina... jah fiquei feliz... sem noção... haha... mto bom!!!! Mas assim, quando cheguei na frente dos portões pensei que minha felicidade tinha acabado. Chegamos uma hora e meia antes das portas se abrirem e jah tinha tanta gente que pensei: “fudeu, não vou entrar nunca nesse lugar”. Nada disso, erro meu. Aquele bolo de gente era soh o começo, e eu, era um dos sortudos de estar no primeiro bolo. Quinze minutos depois começou a sair gente de todos os lugares, não tava entendendo, ria muito... 9:30 a fila era tão grande que não conseguia ver o final. Detalhe que fila era em formato minhoca zig-zag sabe?! Ou seja, não conseguia ver a ultima parte da minhoca. Logo pensei: quando essa bagaça abrir tenho que ver os jogos mais famosos porque esse bando de japoneses vão dominar esse lugar. Dito e feito: ao entrar, escolhi jogar Gran turismo 5 e, quando fui tentar entrar na fila do Metal Gear... jah era: uma hora e meia de espera... Devil May Cry, hahaha, duas filas: uma 2h e outra de uma e meia.... desencanei.



O evento eh bem interessante. Não existe esse tipo de coisa no Brasil, em qualquer área. O ambiente era bem diferente, meio uma grande propaganda e um grande parque de diversões. Mesmo se você não gosta de games vale a pena ir. Tem de tudo: teatro, filme, show, cosplay, sofazao, cadeirinha, marmita, hamburger, japa de mini-saia, homem de sunguinha.... hahahaha.... muito, muito divertido....
Bom, jah sabia que a Nintendo não participava da Tokyo Game Show, jah estava preparado para não ver Mario Galaxy ou jogar alguma coisa nova do Wii, mas lah dentro reparei uma coisa: eh ótimo que a Nintendo não estava lah. Eh que nem você ir num lugar moh legal, com varias coisas legais, mas ai, do nada, aparece sei lah, o Mr. M, e ai, ninguém faz mais nada, todo mundo soh fica de olho no individuo espetáculo. A meu ver, a Nintendo se tornou algo assim esse ano: tão diverso, conhecido e “genial” para todo mundo (com gigantes aspas) que eh bom ela ficar em casa descansando durante um evento desse. E aqui no Japão essa coisa eh maior ainda. To fazendo uma bateria de entrevistas com jovens japoneses sobre games. Pra minha aula de japones. Ateh agora, 100% começou sua vida tecnológica com o Famicom... eh realmente impressionante. Bom, na época da TGS a Sony tava no embalo por aqui: lançamento do novo PSP e de Crisis Core, parte do projeto FFVII da Square-enix. Tirando os viciados em Dragon Quest, todo mundo tava de olho. Nas principais lojas, a entrada eram posters gigantes de Final Fantasy. Um dia depois da TGS vi uma fila em Shinjuku onde, de seis pessoas na fila, seis estavam comprando um PSPslim... eh como DVD das lojas americanas... ahuahU... fica um bando de vídeo-game e um monte de gente comprando. Bom, TGS, desculpem os viciados em Nintendo, mas a Sony, depois da TGS, subiu no meu conceito (um pouco soh neh). O seu stand era o mais divertido, não tinha como não querer voltar lah e jogar mais um jogo. Se a Nintendo ganhou a cara de “entretenimento popular”, a Sony tah virando “entretenimento espetáculo”. A nintendo conseguiu ser espetáculo quando lançou o DS e o Wii, mas ela não eh espetáculo nenhum por aqui: segue uma linha totalmente calma, porem extremamente forte e sempre com um publico gigante. A Sony não. O PS3 aqui eh sempre espetáculo, não importando se eh vídeo-game bom ou ruim. Da pra perceber que aos poucos a coisa tah voltando a crescer, e outra, o ps2 aqui ainda tah 100% na ativa... lançamentos, jogos na primeira fila e tals. Bom, na TGS, joguei um pouco de tudo da Sony: dos famosos aos experimentais... quase todos os jogos bons e atingindo o propósito. Tentava tirar fotos e tals, mas era proibido e vários monitores ficavam de olho. No stand do Microsoft você tinha a impressão de que o lugar estava calmo: pouco gente e fila curta. Joguei quase tudo lah, muito bom e divertido... mas fazer o que... Japão neh, quem liga pra Microsoft... Na Square-enix, quase nada jogavel. Dragon Quest e Crisis Core se você quisesse. O mais legal mesmo era entrar nas sessões e ver os filmes sobre os jogos... muito bom... animal... os japas vão a loucura quando “The Last Remnant” começa a passar…. Eh tipo preview de filme mesmo… mesmo nível de atenção.

Melhor jogo pra mim foi Little Big Planet... pura jogabilidade com gráfico muito animal de suporte. As partes de jogos para celular eh tipo salão de tecnologia: uma penca de aparelho e vários brindes. A de pequenas empresas eh bem legal, mas como sempre pouca coisa jogavel. Umas três horas da tarde fui ver se dava pra dar aquela jogadinha de Devil May Cry... hahahaha.... nem podia mais entrar na fila... bom, pés doendo, mala lotada de papeis, catálogos e brindes... soh restava rir da galera fantasiada de pokemon e comer aquele bento de yakisoba... hehehe.... ateh tinha mais coisa pra falar... quer dizer, sobre video game sempre tenho alguma coisa pra falar... mas vou parando... baixei Geometric Wars pro DS e to viciado em Gears Of Wars... vou jogar um pouco... hehe.... ateh....

Mais fotos no Picasa... sempre.... ateh mais...

domingo, 25 de novembro de 2007

Faltou o berço, mas ok, estávamos na rua mesmo...


Oh, se eu disser que foi complicado e que demorou serah mentira. Mas foi complicado... e demorou. Bom, vou divertido também... ateh certo ponto. Vou começar do final pra “facilitar”: hoje eu tenho conta num banco japonês, celular barato, recebo a bolsa mensalmente, tenho seguro-saúde, RG de estrangeiro, Hanko (carimbo tipo assinatura), RA (Registro Academico) de Waseda, estou devidamente matriculado, sei escrever meu endereço em Kanji (杉並区高円寺南!) e tenho minha permissão para trabalhar. Ufh... demorei um mês pra tudo isso. Se eu tivesse que fazer tudo isso sozinho então, fudeu, 4 meses.... haha... serio, mais formulários que qualquer outro lugar, impressionante. Pra TUDO você tem que preencher alguma coisa e conversar com alguém... o pior eh que funciona, e pesar dos pesares, acaba sendo rápido. O mais legal era que a gente sempre tinha uma carta extra na manga, pois sempre, sempre, sempre, jah sabíamos exatamente o que ia acontecer, e caso a informação não fosse 100% certeza, tínhamos pessoas do nosso lado ditando a próxima linha. Muito doido. Na primeira semana não entedia porque precisamos de quatro dias para aprender a preencher formulários e mais formulários... mas quando percebi que isso tava acontecendo, que jah tava fazendo tudo antes de fazer, fechei os olhos e fui que fui. Ai foi fácil, fomos em Shibuya para comprar celulares por um iene, fui a Shinagawa sozinho pegar minha permissão de trabalho, não pesquisei sobre qual era o melhor banco e bla bla bla. Quando vi, tudo feito. A burocracia se resumiu em saber das coisas e ir nos lugares com o pessoal do WIC e do Nijinokai (círculos que ajudam estudantes estrangeiros). Éramos bebes gigantes. De vez em quando ainda acho que o departamento de estrangeiros acha isso de verdade. Ateh pra comer... haha... serio... no meio das palestras, pausas com lanchinhos pão de forma cortados no meio, com suco de caixinha. Depois a jah sabida historia: plástico de um lado, papel de outro. E mais palestra. Na rua, divisão do grupo para não ter briga: quem quer macarrão?! Quem quer arroz?! E vao os bebes gigantes papar... hehe.... e cantar no karaokê... lalala....


domingo, 4 de novembro de 2007

welcome party

Eh uma sensação muito gostosa. Você fica esperando, esperando, esperando sentado num canto, olhando todo mundo que com certeza você não conhece. De repente, você vê alguém que você também não conhece, mas você sabe que tem alguma coisa diferente, eh bizarro, mas você percebe que tem alguma coisa ali. Levantei e fui e fui ate eles. Quando o moleque se virou ele tava segurando uma placa “Waseda Univ.”. Acho que ele percebeu que eu tava perdido e que também estava com um sorriso na cara por acha-lo. Foi soh então que olhei para o outro lado do aeroporto e percebi um bando de perdidos que nem eu. Todos atolados de malas, suados, cansados, famintos e apreensivos que nem bebe no berço. Yuta e Asami eram nossas babas. Juntaram todos os nenens gigantes e juntos fomos pegar o Narita Express, trem expresso que vai direto para grandes estações de Tokyo como Shinjuku, o nosso destino final. Conheci um monte de estudante do mundo inteiro... ficamos conversando bastante ateh todos despacharem as malas. Com alguns ainda falo quase que diariamente: Joe (Estados Unidos), Mari (Austria) e Priscilla (Papa Nova Guine). Adoro desde o primeiro momento essa bagunça de pessoas diferentes, acho que eh uma das coisas que mais gosto. A gente se entende sem se entender, conversa de tudo, mistura tudo, e no final da tudo sempre certo. Eh genial.

Pegamos um trem que demorou acho que uma hora pra ir ateh Shinjuku. Pensava que esse pessoal seria o do dormitório e fechou, vamos pra lah. Que nada. Chegando na estação, algo sem noção. Muita gente. Todos os tipos. E alguns japoneses nos guiando... Takashi, Yumin e Ryota foram os que me levaram para Koenji, o lugar do meu dorm. Conheci Giovanna, italiana com cara de assustada, mas que me ajudou pacas porque sabia falar japonês e entendia mais ou menos o que Takashi explicava. As vezes eles falavam em inglês, mas acho que rola uma política nesses grupos de falar sempre em japonês... hoje em dia acho bom, mas naquele dia foi o inferno....

No dormitório foi desesperador. Uma japonesa apareceu na porta e começou a falar japonês sem parar, como se eu tivesse entendo tudo. Do lado dela, um japonês traduzindo tudo de um jeito que eu também não entendi nada. Percebia que eles estavam falando coisas importantes sobre o dormitório e tals, mas fazer o que! Tava totalmente atordoado. ... Ah! Graças a deus confiei no japonês entregador de malas do aeroporto. 15 minutos depois da minha chegada, enquanto ouvia aquele monte de coisa em japonês sem entender bulhufas, não eh que minha mala bate na porta do dorm!!! Foi incrivelmente bom...

Bom, Hanaoka e Taichi (descobri os nomes duas semanas depois) continuavam falando japonês e inglês bizarro comigo e eu soh balançando a cabeça. Me mostraram tudo, o dormitório inteiro e eu lah, soh fazendo cara de ok. As vezes Takashi me explicava rapidinho o que estava se passando, mas no geral, desencanei de ter duvidas e deixei a galera falar. Num ato final, entendi: welcome party, 6horas, na cozinha. E Tchum! Todos saíram do meu quarto e um silencio bateu na porta. Eu, mala gigante, um travesseiro, uma coberta com grossura de um colchão e um colchão com grossura de coberta. Cricri... cricri... tava fudido. O que que to fazendo aqui? O que que faço agora? ... ... ... Bom, desfiz minha mala num ato de relaxamento... demorei cinco minutos, não sei como... no susto sabe?! Meia hora os 30kilos viraram meu quarto. Meu travesseiro! CAMA! Por meia hora soh... droga... quero minha cama.... mas tem a welcome party, festa comum aqui no Japão: recepção da galera nova e muito jikoshoukai (自己紹介 – auto-apresentacao). O pessoal do WIC (Takashi, Ryota, Yumin e outros como Fumiaki e Noripi que conheci na festa) organizaram varios petiscos, bebidas normais e famosas no Japao (tipo Calpis, por exemplo, falarei dessa maravilha de bebida mais tarde). Muito divertido. As vezes você tem que contar as mesmas coisas umas 20 vezes, mas tudo bem, vale a pena, porque você ouve 20 coisas diferentes. Da pra perceber que a conversa não eh pra trocar informação, isso eh meio que secundário. Tambem, eh pra fazer amizades, definitivamente. Mas, não sei porque, a conversa toda e esse tipo de recepção parece uma espécie de gentileza extremamente natural, de leve agradecimento, como uma expectativa jah alcançada e certamente satisfatória. Acho ótimo e pra mim, extremamente importante. Aqui varias vezes sinto isso. Não sabia o que era no começo, mas eh algo desse tipo, uma gentileza tão natural que as vezes você fica bem não porque a festa ou a coisa foi maravilhosa, mas porque a festa cumpriu seu papel e todos estavam ali, no ato gentil. Eh difícil isso, não sei se deu pra sacar, mas hoje, aqui, dois meses depois, eh uma das melhores coisas vi.

E como desfecho rimando com o ato, no final da festa, todos limpam as mesas juntos, arrumam as coisas, ficam frente a porta e o tchau vira uma conversa final. O pessoal do WIC foi embora e fui pro meu quarto. Finalmente deitei na cama. Fiquei cinco minutos olhando pro teto e pensei: droga... quando vou ver todo mundo de novo?