segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

virando, agora com fone de ouvido....

Ultimo post do ano… daqui a pouco vou sair com todo mundo pra esperar o novo ano no meio da rua. Por aqui a sensação eh que esse ano começou a um tempinho atrás e vai terminar em julho. Agora eh soh uma espécie de festa por estarmos aqui. Bom, feliz ano novo pra todo mundo, não pretendo escrever muita coisa... hehe... soh uma...

Nunca gostei muito de musica japonesa. Não acho um som muito atraente. Desde que cheguei aqui então, a coisa piorou: a musica japonesa atual tah na briga com o pagodao e funk na categoria fracasso. Serio, não sei o que acontece. E isso era um problema pra mim, porque eu sempre me virei estudando inglês ouvindo musica, jogando e tals... mas em japones, jogar eh moh difícil por causa dos milhões de kanjis e musica, era essa coisa horrível... Bom, mas ai, esse mês, uma coisa boa aconteceu! Achei uma banda japonesa realmente boa! Tokyo Jihen (東京事変). A cantora jah era famosa antes, mas sem a banda nem eh tão bom... hehe... ia escrever mais sobre, mas tenho que ir... tao batendo aki na porta... vou deixar esses dois vídeos: um eh o som deles na vera, e a outra eh uma regravação da Misora Hibari... Mto boa.... bjos, abraços e ateh ano que vem!



sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Quando pensei em japones...


Ultimamente não to pensando, to fazendo. Isso porque a vida aqui depois do primeiro mês se tornou frenética. Aulas, saídas, lições de casa, comer e dormir. As vezes um vídeo game, um post, vida de computador. Jah falei lição de casa? Fotografia também. Ah, e os trens. Quase duas horas por dia passo dentro deles. Se decidir sair pra algum lugar, mais de duas. Parece que eu to reclamando, mas quando não to de saco cheio (e se fico, eh no final do dia), gosto bastante. Sinto falta de ouvir musica neles, mas ok, no problem. Li o post do Alexandre e quase morri um dia desses. Algumas coisas são meio difíceis por aqui. Não a vida diária e tudo mais, isso eh mto, mto, mto fda de bom. No final do dia, ouço um The Killers, Los Hermanos ou Gorillaz e vou dormir com saudades de coisas, mas feliz. Melhor eh impossível. Quer dizer, talvez fosse melhor se tivesse mais amigos japoneses pra saber como eh o esquema de verdade, mas isso, na língua de quase TODOS os estudantes estrangeiros, eh a etapa impossível. Nunca penso muito nisso porque pra mim pessoa eh pessoa, de qualquer jeito.... mas... mas essa semana eu andei pensando nisso. Foi assim: minha aula chamada “thematic interaction” tava um lixo. Não aguentava mais ir pra aula. A aula funciona assim: Não aprendemos nada de gramática ou qualquer coisa que aprimore nosso japones tecnicamente. Nessa aula aprendemos a nos expressar em japones de qualquer jeito. Na raça. No começo não entendia 20% da aula, hoje, entendo 98%. Isso porque todos eram nível dois e eu e mais uma menina éramos nível um. Achei a aula perfeita pra mim: sala em roda, não tenho prova (alivio de midialogo), faço redações em japones sobre fotografia e poucos alunos na sala, uns nove. Porem! Porem, a um mês atrás, coisa de japones, começou um historia de ter que relatar o que estamos fazendo e de tentar, mesmo vendo que tinha tempo sobrando, preencher o tempo da aula com coisas que duram cinco minutos. Acho que para não sair do “esquema” da aula. Garanto que eh coisa de japa. Regra numero um: sempre há regras. Ia pra aula e ficava estudando kanji escondido. E os professores sabem, mas não fazem nada. As vezes puxam assunto, mas eh soh você dizer que tudo bem pra você, que tanto faz, que eles aceitam isso como uma verdadeira resposta, não como uma disfarçada de que você tah viajando. Bom, eu, não agüentando mais, no intervalo da aula de terca falei pra assistente porque que a aula tava ficando desse jeito. Meus Deus, ai começou a bola de neve. Rolando e rolando. Dez minutos depois, estamos eu e ela fazendo um plano da aula, do porque que a coisa travou. E ela falava varias vezes: “o importante eh que vocês aprendam alguma coisa, temos que descobrir o problema”. Eu, jah meio assim com cara de quem “causou” na aula, fiquei quieto... Mas! Mas não adiantou. A professora voltou e a assistente falou pra ela e ai veio a pergunta: porque você acha isso Lucas? E lah fui eu, explicar em JAPONES o porque que eu achava que a aula tava uma caca. Quer dizer, mais da metade achava mesma merda, mas aquela coisa de estudante... quem eh o idiota que vai abrir a boca?! Bom, lah fui eu mais uma vez. Falei tudo em duas línguas. Com direito a esquema em tópicos. Pensei: sei que to aqui, que eh tipo “território estranho”, mas vamo que vamo. Bom, ai deslanchou. A professora perguntava mais, os outros alunos saíram atirando, a assistente falando varias coisas. Soh não teve choro dessa vez (piada para os leitores midialogos). Bom, a aula acabou, todos foram embora, a professora agradeceu as opiniões, eu pedi desculpa por meter não o dedo, o braco onde não sou chamado, e pensei: se a historia for a mesma que eu jah conheço, vai ficar tudo igual e mudar, talvez, uma coisinha ou outra.

Parágrafo. Dia seguinte. Primeira coisa da aula: “bom dia... ontem eu e os outros dois professores ficamos das 17h as 22h aqui na faculdade pra tentar resolver o problema da aula”. Melhor parte: saber que vocês querem melhorar as aulas eh muito gratificante para nós e não consideramos tempo perdido. Ficamos muito felizes de saber desse interesse. Entao, hoje, vamos tentar ajustar o programa da disciplina para melhorar as aulas”. BOOM! Pensei: “caralho, num credito”. Depois termino meu pensamento. Ficamos na aula organizando o novo esquema. Sabe como eh aluno neh. Dos nove, uns 3 tavam interessados. Os outros, tanto faz, querem algo pra fazer, entregar e ficar livre. Mas assim, sem palavras pra descrever esse negocio que aconteceu. Não eh soh tentar resolver o problema pra coisa andar, ou preparar a solução para os dias que estão na fila. “Se tah uma caca agora, porque não tentamos arrumar para continuar?”. Take-sensei ainda disse uma hora: a aula eh “em razão de pensar em japones” (+/- o nome da aula em japones – 考えるのために日本語), então, vamos pensar nisso e falar disso. Sai da aula, fui pras outras, acabou o dia, peguei o metro e sentei no trem voltando pra casa. Na minha frente, japoneses dormindo como sempre, tão sempre cansados..... pensei que talvez seja pelo que aconteceu com minha aula... “eh coisa importante neh”!? Nove, soh nove alunos! Mas ok, volto pra casa as 22h. Durmo no trem e não faço ninguém perder tempo. E Take-sensei ainda disse que ficaram muito felizes pela conversa... ... ... você que tah lendo tah entendo o que eh isso? ... ... ... ... Fiquei com vontade de conhecer mais pessoas assim... certamente não são todos assim, mas garanto proce que aqui a probabilidade eh maior. Estatística: 24 anos no Brasil sendo quase quatro na faculdade e 3 meses no Japão. Em casa, entrei no msn e perguntei pro outro lado do mundo como tavam as coisas na faculdade. Ouvi “do mesmo jeito”. Me deu um aperto saber que nao muda tudo de uma vez... sempre aos poucos... Pensei na vida de trem, ouvi o novo CD do The Killers seguido de D-sides do Gorillaz... ... acredito que baguncar a vida mudando as coisas todo dia vale a pena... ... acredito mesmo... nao sei se os que ficam parados sabem alguma coisa mais e nao me contam... ... bom, nao quero saber.... ... talvez soh uma coisa: o que serah que acontece depois!?


Kid hang over here
What you learning in school?
Is the rise of an eastern sun
Gonna be alright for everyone?
.: Gorillaz - Hong Kong

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Little big day...


Voce sabe porque eu estou com essa cara de idiota? No Brasil, paguei 30reais pra comprar essas películas ai na minha mao. São pro meu Nintendo DS. Aqui, nos primeiros cinco minutos perto da Tokyo Game Show ganhei três! hauHau... imagina... jah fiquei feliz... sem noção... haha... mto bom!!!! Mas assim, quando cheguei na frente dos portões pensei que minha felicidade tinha acabado. Chegamos uma hora e meia antes das portas se abrirem e jah tinha tanta gente que pensei: “fudeu, não vou entrar nunca nesse lugar”. Nada disso, erro meu. Aquele bolo de gente era soh o começo, e eu, era um dos sortudos de estar no primeiro bolo. Quinze minutos depois começou a sair gente de todos os lugares, não tava entendendo, ria muito... 9:30 a fila era tão grande que não conseguia ver o final. Detalhe que fila era em formato minhoca zig-zag sabe?! Ou seja, não conseguia ver a ultima parte da minhoca. Logo pensei: quando essa bagaça abrir tenho que ver os jogos mais famosos porque esse bando de japoneses vão dominar esse lugar. Dito e feito: ao entrar, escolhi jogar Gran turismo 5 e, quando fui tentar entrar na fila do Metal Gear... jah era: uma hora e meia de espera... Devil May Cry, hahaha, duas filas: uma 2h e outra de uma e meia.... desencanei.



O evento eh bem interessante. Não existe esse tipo de coisa no Brasil, em qualquer área. O ambiente era bem diferente, meio uma grande propaganda e um grande parque de diversões. Mesmo se você não gosta de games vale a pena ir. Tem de tudo: teatro, filme, show, cosplay, sofazao, cadeirinha, marmita, hamburger, japa de mini-saia, homem de sunguinha.... hahahaha.... muito, muito divertido....
Bom, jah sabia que a Nintendo não participava da Tokyo Game Show, jah estava preparado para não ver Mario Galaxy ou jogar alguma coisa nova do Wii, mas lah dentro reparei uma coisa: eh ótimo que a Nintendo não estava lah. Eh que nem você ir num lugar moh legal, com varias coisas legais, mas ai, do nada, aparece sei lah, o Mr. M, e ai, ninguém faz mais nada, todo mundo soh fica de olho no individuo espetáculo. A meu ver, a Nintendo se tornou algo assim esse ano: tão diverso, conhecido e “genial” para todo mundo (com gigantes aspas) que eh bom ela ficar em casa descansando durante um evento desse. E aqui no Japão essa coisa eh maior ainda. To fazendo uma bateria de entrevistas com jovens japoneses sobre games. Pra minha aula de japones. Ateh agora, 100% começou sua vida tecnológica com o Famicom... eh realmente impressionante. Bom, na época da TGS a Sony tava no embalo por aqui: lançamento do novo PSP e de Crisis Core, parte do projeto FFVII da Square-enix. Tirando os viciados em Dragon Quest, todo mundo tava de olho. Nas principais lojas, a entrada eram posters gigantes de Final Fantasy. Um dia depois da TGS vi uma fila em Shinjuku onde, de seis pessoas na fila, seis estavam comprando um PSPslim... eh como DVD das lojas americanas... ahuahU... fica um bando de vídeo-game e um monte de gente comprando. Bom, TGS, desculpem os viciados em Nintendo, mas a Sony, depois da TGS, subiu no meu conceito (um pouco soh neh). O seu stand era o mais divertido, não tinha como não querer voltar lah e jogar mais um jogo. Se a Nintendo ganhou a cara de “entretenimento popular”, a Sony tah virando “entretenimento espetáculo”. A nintendo conseguiu ser espetáculo quando lançou o DS e o Wii, mas ela não eh espetáculo nenhum por aqui: segue uma linha totalmente calma, porem extremamente forte e sempre com um publico gigante. A Sony não. O PS3 aqui eh sempre espetáculo, não importando se eh vídeo-game bom ou ruim. Da pra perceber que aos poucos a coisa tah voltando a crescer, e outra, o ps2 aqui ainda tah 100% na ativa... lançamentos, jogos na primeira fila e tals. Bom, na TGS, joguei um pouco de tudo da Sony: dos famosos aos experimentais... quase todos os jogos bons e atingindo o propósito. Tentava tirar fotos e tals, mas era proibido e vários monitores ficavam de olho. No stand do Microsoft você tinha a impressão de que o lugar estava calmo: pouco gente e fila curta. Joguei quase tudo lah, muito bom e divertido... mas fazer o que... Japão neh, quem liga pra Microsoft... Na Square-enix, quase nada jogavel. Dragon Quest e Crisis Core se você quisesse. O mais legal mesmo era entrar nas sessões e ver os filmes sobre os jogos... muito bom... animal... os japas vão a loucura quando “The Last Remnant” começa a passar…. Eh tipo preview de filme mesmo… mesmo nível de atenção.

Melhor jogo pra mim foi Little Big Planet... pura jogabilidade com gráfico muito animal de suporte. As partes de jogos para celular eh tipo salão de tecnologia: uma penca de aparelho e vários brindes. A de pequenas empresas eh bem legal, mas como sempre pouca coisa jogavel. Umas três horas da tarde fui ver se dava pra dar aquela jogadinha de Devil May Cry... hahahaha.... nem podia mais entrar na fila... bom, pés doendo, mala lotada de papeis, catálogos e brindes... soh restava rir da galera fantasiada de pokemon e comer aquele bento de yakisoba... hehehe.... ateh tinha mais coisa pra falar... quer dizer, sobre video game sempre tenho alguma coisa pra falar... mas vou parando... baixei Geometric Wars pro DS e to viciado em Gears Of Wars... vou jogar um pouco... hehe.... ateh....

Mais fotos no Picasa... sempre.... ateh mais...

domingo, 25 de novembro de 2007

Faltou o berço, mas ok, estávamos na rua mesmo...


Oh, se eu disser que foi complicado e que demorou serah mentira. Mas foi complicado... e demorou. Bom, vou divertido também... ateh certo ponto. Vou começar do final pra “facilitar”: hoje eu tenho conta num banco japonês, celular barato, recebo a bolsa mensalmente, tenho seguro-saúde, RG de estrangeiro, Hanko (carimbo tipo assinatura), RA (Registro Academico) de Waseda, estou devidamente matriculado, sei escrever meu endereço em Kanji (杉並区高円寺南!) e tenho minha permissão para trabalhar. Ufh... demorei um mês pra tudo isso. Se eu tivesse que fazer tudo isso sozinho então, fudeu, 4 meses.... haha... serio, mais formulários que qualquer outro lugar, impressionante. Pra TUDO você tem que preencher alguma coisa e conversar com alguém... o pior eh que funciona, e pesar dos pesares, acaba sendo rápido. O mais legal era que a gente sempre tinha uma carta extra na manga, pois sempre, sempre, sempre, jah sabíamos exatamente o que ia acontecer, e caso a informação não fosse 100% certeza, tínhamos pessoas do nosso lado ditando a próxima linha. Muito doido. Na primeira semana não entedia porque precisamos de quatro dias para aprender a preencher formulários e mais formulários... mas quando percebi que isso tava acontecendo, que jah tava fazendo tudo antes de fazer, fechei os olhos e fui que fui. Ai foi fácil, fomos em Shibuya para comprar celulares por um iene, fui a Shinagawa sozinho pegar minha permissão de trabalho, não pesquisei sobre qual era o melhor banco e bla bla bla. Quando vi, tudo feito. A burocracia se resumiu em saber das coisas e ir nos lugares com o pessoal do WIC e do Nijinokai (círculos que ajudam estudantes estrangeiros). Éramos bebes gigantes. De vez em quando ainda acho que o departamento de estrangeiros acha isso de verdade. Ateh pra comer... haha... serio... no meio das palestras, pausas com lanchinhos pão de forma cortados no meio, com suco de caixinha. Depois a jah sabida historia: plástico de um lado, papel de outro. E mais palestra. Na rua, divisão do grupo para não ter briga: quem quer macarrão?! Quem quer arroz?! E vao os bebes gigantes papar... hehe.... e cantar no karaokê... lalala....


domingo, 4 de novembro de 2007

welcome party

Eh uma sensação muito gostosa. Você fica esperando, esperando, esperando sentado num canto, olhando todo mundo que com certeza você não conhece. De repente, você vê alguém que você também não conhece, mas você sabe que tem alguma coisa diferente, eh bizarro, mas você percebe que tem alguma coisa ali. Levantei e fui e fui ate eles. Quando o moleque se virou ele tava segurando uma placa “Waseda Univ.”. Acho que ele percebeu que eu tava perdido e que também estava com um sorriso na cara por acha-lo. Foi soh então que olhei para o outro lado do aeroporto e percebi um bando de perdidos que nem eu. Todos atolados de malas, suados, cansados, famintos e apreensivos que nem bebe no berço. Yuta e Asami eram nossas babas. Juntaram todos os nenens gigantes e juntos fomos pegar o Narita Express, trem expresso que vai direto para grandes estações de Tokyo como Shinjuku, o nosso destino final. Conheci um monte de estudante do mundo inteiro... ficamos conversando bastante ateh todos despacharem as malas. Com alguns ainda falo quase que diariamente: Joe (Estados Unidos), Mari (Austria) e Priscilla (Papa Nova Guine). Adoro desde o primeiro momento essa bagunça de pessoas diferentes, acho que eh uma das coisas que mais gosto. A gente se entende sem se entender, conversa de tudo, mistura tudo, e no final da tudo sempre certo. Eh genial.

Pegamos um trem que demorou acho que uma hora pra ir ateh Shinjuku. Pensava que esse pessoal seria o do dormitório e fechou, vamos pra lah. Que nada. Chegando na estação, algo sem noção. Muita gente. Todos os tipos. E alguns japoneses nos guiando... Takashi, Yumin e Ryota foram os que me levaram para Koenji, o lugar do meu dorm. Conheci Giovanna, italiana com cara de assustada, mas que me ajudou pacas porque sabia falar japonês e entendia mais ou menos o que Takashi explicava. As vezes eles falavam em inglês, mas acho que rola uma política nesses grupos de falar sempre em japonês... hoje em dia acho bom, mas naquele dia foi o inferno....

No dormitório foi desesperador. Uma japonesa apareceu na porta e começou a falar japonês sem parar, como se eu tivesse entendo tudo. Do lado dela, um japonês traduzindo tudo de um jeito que eu também não entendi nada. Percebia que eles estavam falando coisas importantes sobre o dormitório e tals, mas fazer o que! Tava totalmente atordoado. ... Ah! Graças a deus confiei no japonês entregador de malas do aeroporto. 15 minutos depois da minha chegada, enquanto ouvia aquele monte de coisa em japonês sem entender bulhufas, não eh que minha mala bate na porta do dorm!!! Foi incrivelmente bom...

Bom, Hanaoka e Taichi (descobri os nomes duas semanas depois) continuavam falando japonês e inglês bizarro comigo e eu soh balançando a cabeça. Me mostraram tudo, o dormitório inteiro e eu lah, soh fazendo cara de ok. As vezes Takashi me explicava rapidinho o que estava se passando, mas no geral, desencanei de ter duvidas e deixei a galera falar. Num ato final, entendi: welcome party, 6horas, na cozinha. E Tchum! Todos saíram do meu quarto e um silencio bateu na porta. Eu, mala gigante, um travesseiro, uma coberta com grossura de um colchão e um colchão com grossura de coberta. Cricri... cricri... tava fudido. O que que to fazendo aqui? O que que faço agora? ... ... ... Bom, desfiz minha mala num ato de relaxamento... demorei cinco minutos, não sei como... no susto sabe?! Meia hora os 30kilos viraram meu quarto. Meu travesseiro! CAMA! Por meia hora soh... droga... quero minha cama.... mas tem a welcome party, festa comum aqui no Japão: recepção da galera nova e muito jikoshoukai (自己紹介 – auto-apresentacao). O pessoal do WIC (Takashi, Ryota, Yumin e outros como Fumiaki e Noripi que conheci na festa) organizaram varios petiscos, bebidas normais e famosas no Japao (tipo Calpis, por exemplo, falarei dessa maravilha de bebida mais tarde). Muito divertido. As vezes você tem que contar as mesmas coisas umas 20 vezes, mas tudo bem, vale a pena, porque você ouve 20 coisas diferentes. Da pra perceber que a conversa não eh pra trocar informação, isso eh meio que secundário. Tambem, eh pra fazer amizades, definitivamente. Mas, não sei porque, a conversa toda e esse tipo de recepção parece uma espécie de gentileza extremamente natural, de leve agradecimento, como uma expectativa jah alcançada e certamente satisfatória. Acho ótimo e pra mim, extremamente importante. Aqui varias vezes sinto isso. Não sabia o que era no começo, mas eh algo desse tipo, uma gentileza tão natural que as vezes você fica bem não porque a festa ou a coisa foi maravilhosa, mas porque a festa cumpriu seu papel e todos estavam ali, no ato gentil. Eh difícil isso, não sei se deu pra sacar, mas hoje, aqui, dois meses depois, eh uma das melhores coisas vi.

E como desfecho rimando com o ato, no final da festa, todos limpam as mesas juntos, arrumam as coisas, ficam frente a porta e o tchau vira uma conversa final. O pessoal do WIC foi embora e fui pro meu quarto. Finalmente deitei na cama. Fiquei cinco minutos olhando pro teto e pensei: droga... quando vou ver todo mundo de novo?

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Naritando...

Dia seguinte da chegada: acordei cedo não sei porque. Quer dizer, sei, tava no Japão, primeiro dia, quem consegue ficar dormindo calmamente? Detalhe: acordei e não sabia que dia que era. Não dia numero, esse eu sabia que era dez, mas não sabia que dia da semana. E mais, tava sozinho na pensão, ou sei lah como chamar o lugar que eu fiquei.... dividi o quarto com um inglês gente boa. A casa tinha mais dois quartos sendo um do dono. Tudo limpinho e direito, internet livre e TV com ps2 e wii. Bom, perdido no tempo... Sensação bizarra. Pior: não tinha agenda, calendário ou nada do tipo. Tinha no DS, mas não tinha certeza se tava certo, porque vivia mudando por causa do Animal Crossing e dum jogo japonês que nem sei o nome. Peguei minha mochila e vamo que vamo achar comida. Na verdade foi fácil: durante a minha perseguição ao hotel tinha achado um Mcdonalds. Sem sombra de duvida, fui nele. Comi um set de café da manha, com um café gostoso, um sanduíche molenga e um treco muito bom que ate agora não sei o que era. Parecia batata ralada frita como um tempura, sei la, era muito bom. Nesse dia de folga resolvi andar por Narita. Li nos guias que o templo de Narita eh famoso e bem interessante de ser visitado. No caminho, varias lojas bem legais, das mais rústicas as mais enfeitadas.

Chegando no templo descobri que era segunda, pois segunda eh o dia que as coisas fecham por aqui, incluindo o museu de caligrafia que eu não vi.... no caminho ainda encontrei a aeromoça da AirCanada e ela contou como eh a vida de avião... legal, mas torturante ela disse. Vai prum lugar, fica dois dias num hotel bom e pega o avião para outro lugar... um dia trampando, outro folga... quase sempre assim.

Tenho que confessar que apesar de ter tirado umas fotos legais e de ter visto varias coisas lindas, não estava me sentindo confortável... sei lah... queria ir logo pro dormitório e ver como minha vida ia ser. Ainda tinha que ficar mais um dia em Narita, mas tudo bem, tava excelente... Gostei desse meu comeco de semana no Japão, mas prefiro o “depois de amanha”... o próximo post..... tchau...


terça-feira, 23 de outubro de 2007

apos 24h com asas...


Sabe aquela brincadeira, que eh debaixo d’agua, de tentar entender o que outro tah falando? Você fica olhando pra pessoa, tudo fica meio enevoado, olha pra boca pra tentar agarrar algumas silabas, mas nada, não entende nada. Pra mim, os primeiros dias foram exatamente assim. Cheguei em Narita, no gigantesco aeroporto, no meio da tarde. Peguei meus 33 quilos não divisíveis de “não sei porque trouxe tanta coisa" e pensei: bom, preciso me livrar dessa caca. Isso que por enquanto eh a parte fácil: tudo com legenda em inglês... tranquilo. Fui seguindo as placas e cheguei no servico de entrega. Se eu tivesse chegado no mesmo dia de entrada no dormitório, arriscaria levar na raça o trambolhão, mas não, precisei ficar 2 dias perto do aeroporto para esperar o grupo de alunos que me ajudariam a alcançar minha futura cama (“cama” era uma palavra constante na minha cabeça nesse dia 09 de setembro). Bom, o serviço de entrega não tinha nada em inglês. Travei uma batalha com um pequeno japonês para me assegurar de que minha mala chegaria dia 11, no lugar certo que eu ainda nem sabia onde era. Uma hora eu desisti e pensei... ele eh japonês, vai dar certo...

Ufa... missão mala cumprida... Agora eh soh ir para o hotel e dormir. E foi o que fiz. Essa frase não significa que eu fui lah, rapidao, e tchum, tava na cama. Muitas pessoas no caminho, trem, pausa prum suco, anda, volta, anda mais, perguntas prum velhinho, volta, anda de novo no mesmo lugar... achei!!! Sem forcas, tomei banho e pensei: vou soh deitar cinco minutos, depois vou dar uma volta, comer alguma coisa legal... bom, to no jap.... z z z z Z Z Z Z z z z z z Z ZZ Z Z Z z z z z z . . . . . .

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Deixa o verao pra mais tarde...

De repente, Agnese e Mio passaram correndo na minha frente. Tava distraído. Vai parecer mentira, mas tava viajando cantando “Alem do que se vê”. Domingo, Yoyogi Park em Harajuku. Chris e Shimpei olharam pra mim com cara de quem não sabia o que estava acontecendo. Eu então, sei lá. As meninas então começaram o balançar os braços e milhares de bolhas de sabão começaram a aparecer. Giorgia saiu correndo com Mio logo atrás fazendo uma trilha de bolhas. Bem lúdico mesmo, quase fantástico: grama verde, céu azul, pessoas felizes, roupas coloridas e crianças ao redor. Chris e outros começaram a rir. Shimpei bateu fotos. Eu não consegui fazer nada, só fiquei olhando todos eles. Meio epifânico. Não tenho outro jeito de dizer: foi foda. Fiquei em branco pensando em tudo. A única reação que tive foi largar a câmera fotográfica e parar com essa vida de turista. Não tenho fotos desse dia, preciso pedir pro Shimpei. Desculpe aqueles que querem ver o lado de cá. Já tava a um mês no Japão. As vezes tenho que pensar pra falar em português, não comprei garfo e nem vou comprar, já balanço a cabeça para agradecer, não converto o dinheiro e o teclado do meu note não tem acentos. A Pipoca me viu pela webcam e falou que eu já me adaptei... que “já era”... não quis e nem consigo entender agora... ... ...calma, calma... não pularei um mês. Vou escrever sobre os dias atrás... prometo... mas eh que agora, agora, andava pensando muito sobre tudo, falando sozinho, sabe? A trilha sonora de hoje foi “Conversa de botas batidas” e “O velho e o moço” do Los Hermanos. “Dois barcos” também, mas essa musica eh apelação demais. おやすみなさい。Parei por aqui, sei que foi curto, fotos na próxima. (Se você viu uma pah de quadradinhos, desculpe, era boa noite em japonês... hehehe...)

Soh duas coisas: uma importantíssima e outra idiota. O importate eh que eu preciso agradecer: obrigado a todos que me ajudaram vir para o Japão, todo mundo mesmo, nas mínimas ou máximas ações, valeu. Sem nomes, porque vou esquecer algum e vai ser feio. Mente viajante sabe como eh... A coisa idiota eh que pra usar acento no notebook japonês eh um inferno, portanto, vai na raça, se o Word corrigir beleza, se não, nao... eh tudo um pouco assim não eh? Porque o blog não seria???

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

O dia que dura dois

o primeiro e único post em solo nacional

Pelo que eu entendi, é isso mesmo q vai acontecer. Mas demorei muito pra entender. Achava que quando eu fosse para o Japão, sairia daqui um dia qualquer, e depois de viajar um tempão, chegaria lá, inteiro, um dia depois. Hoje, madrugada antes da minha viagem, percebi que não é nada disso. Não posso contar aqui o que eu descobri porque não vai fazer sentido nenhum, além disso, garanto que minha tentativa seria nula, pois escrevo bem mais ou menos. Bom, vou tentar colocar aqui um pouco de tudo: basbaquice (o Word corrigiu! ahUAHuHAU), viagens minhas, umas fotos e tudo que conseguir captar enquanto to por lá. Viajo amanhã, dia 07 de setembro, as 21:30. Me desejem sorte, hehehe. Nunca fui de viajar, não sei o porquê, mas sou meio sussa com relação a isso. Sei que dessa vez é diferente e tudo mais, mas a impressão que tenho é de que... sei não, vamos ver no que dá. Por enquanto não posso garantir nada, mas espero atualizar sempre o blog. No próximo post coloco os agradecimentos direitnho. Beijos e abraços, e até mais galera.

ía botar a letra, mas já que estamos no mundo digital e blublublu... é bem melhor o video... a qualidade de tudo na net hoje tá sempre podre, mas fazer o que... adoro essa música... e acho que cola com a coisa que eu mais meia dúzia aí estão passando...
PS: buzina e alê, não reclamem que é Los Hermanos....

Marcelo Camelo - Liberdade